quinta-feira, 30 de julho de 2009


Vento forte, chuva torrencial, o tempo não era dos melhores naquele dia. Nossos soldados já estavam cansados e a vodka revigorante chegava ao fim. Diferente da nossa missão que apenas tardava por iniciar.

-Vamos amigos que noite bela para se navegar!

Ouviu-se apenas o grito de guerra daqueles famigerados soldados que por nada deixavam se abalar. Fome de guerra e sede sangue era só isso que os motivava a ir lutar.

E como se os deuses nos ouvissem, da carranca de nosso barco escuto:

- Terra, mulher e VODKAAAA !!!

E num súbito pensamento proferi:

- É isso também os motiva bastante HAHAHAHA !

Aportamos, organizamo-nos e então fomos ao bar mais próximo. Comer beber, lindas mulheres.

-Vamos rapazes!

A primeira hora foi ótima, muita bebida, comida e muita mulher. Mas como nada é perfeito, arruaceiros vieram fazer balburdia e criar caso com meus soldados. A briga começou e a taberna foi destruída, todos os arruaceiros mortos ao melhor estilo dos soldados de Odin.

De volta ao barco e a escuridão dos mares nórdicos. Todos descansam enquanto escrevo mais um episódio desta profana vida. Sem amores, paixões, nada. Apenas uma espada ensangüentada, condecorações, e um coração partido.

O céu esta limpo, as estrelas no guiam para a batalha. Cada vez que olho para a estrela que se destacada no céu a nordeste me lembro da promessa que fiz ao meu pai em seu leito de morte:

- Pai, eu quero que guarde estas palavras no seu coração e leve com você para onde quer que vá. Vou lutar e virar um soldado esplêndido abençoado por Thor filho de Odin e Deus da Guerra, serei um serviçal de destaque nesse ramo. E no dia que morrer, eu quero que olhe de onde for, e me veja no Grande Salão de Valhalla.

Durante esta viagem rumo à terra do gelo, vou contar-lhes um pouco de como me tornei este homem de alma fria.

Começou quando eu um jovem pescador, trabalhava com meu pai. Na época devia ter por volta de meus 17 anos. Eu era apaixonado por uma menina, filha de um mercador da cidade. Era época de festejos, quando uma tropa carregando um símbolo estranho invadiu nossa cidade em busca desse mercador. Minha primeira reação foi buscar e proteger minha amada, mas foi difícil. Eles eram muitos, estavam a cavalo e muito bem armados. Usavam armaduras negras e seu símbolo, parecido com uma cruz templária também tinha cor negra. Lembro-me como se fosse hoje e como se pudesse sentir o odor daqueles homens barbudos e asquerosos, que por dinheiro fariam qualquer coisa.

A chegada deles à cidade já foi muito bem anunciada, com muito fogo, morte e destruição. E eu estava com ela, minha amada, mas já tardava para se recolher. Seu pai já lhe cobrava o horário. Eu estava me retirando quando tais cavaleiros chegaram na casa arrombando a porta e levando o caos para aquela casa.

Num ato para muitos considerado covarde me escondi por ali próximo para ver o que se passava. Destruíram a casa por dentro, mas apenas um grito me atordoou o de minha amada. Em disparada segui para dentro da casa mas quando cheguei ja era tarde demais, ela já havia sido assassinada numa tentativa de proteger seu pai. Quando vi aquilo meu sangue ferveu, nada mais fazia sentido para mim. Nem mesmo a vida. Mas o que poderia ali fazer? Apenas disse:

- Vou me vingar.

Palavras até mesmo clichês coisinha de herói.

No dia seguinte meu pai me perguntou porque chorava. Então lhe respondi:

- Ela foi assassinada pai. Sem mais nem menos.

Meu pai observou a ira em meus olhos enquanto arrumava minhas coisas.

-Pai, agora sou do exército real. Vou me juntar a eles e destruir esses que nos fizeram sofrer esta noite.

Meu pai não disse uma palavra, apenas deixou escorrer uma lágrima.

Então segui meu caminho, apenas uma pele de urso e um pouco de comida era tudo
que eu tinha.

Caminhei por dias rumo ao palácio. Conheci muita gente interessante que muito me ajudaram. Até mesmo um senhor ferreiro que não tinha filhos. E me apadrinhou com uma
belíssima espada.

-Senhor, conduzirei esta espada como o senhor nunca viu antes. E por muito tempo ouvirá meu nome ecoando junto com vento que sopra lá do norte. Adeus.

Então segui meu caminho cheguei ao palácio, me alistei e me destaquei com renome em muitas batalhas. Mas nenhuma como ha de alguns anos, onde encontrei aquele homem, o assassino dela.

Foram 7 dias e 7 noites de batalha, choveu, nevou, etc. Tivemos muitas baixas nessa batalha. Mas vencemos.

E não esqueço, de como obtive sucesso em minha vingança. A batalha com Ele estava praticamente perdida, quando em um golpe de sorte, uma flecha perdida atravessou seu pescoço. Ele não parou por aí, chovia muito o barro estava denso, e ambos muito cansados. Eu havia caído no chão, estava me rastejando e me defendendo quando a flecha o atravessou na altura do pescoço. Isso não o parou por inteiro apenas o deteve o suficiente para que eu pudesse me levantar e com um golpe frontal fincar minha espada bem no meio de sua cabeça.

Depois desse dia, minha alma sorriu novamente, muito mais leve.

Hoje caminho com sorriso no rosto, rumo ao desconhecido em busca de novas batalhas. Eu entreguei minha alma, Odin ouviu meu chamado e como muitos antes de mim, morrerei com honra e orgulho.

A justiça de um guerreiro, sempre a lutar ao seu lado. Envie um sinal, comece a navegar, acene um último adeus, o destino está chamando, imortalidade seja minha.
Nós somos filhos de Odin, o fogo queima internamente. Este é o legado de reis guerreiros que reinam acima no céu.

Por muito, o sangue da batalha em minhas armas não se secará. Muitos ainda mandarei pra baixo da terra, rindo enquanto eles morrem.

E o dia que meu corpo padecer, quero- o em um barco e queime-o no mar, deixe meu espírito ascender, Valkírias me carreguem,levem-me até Valhalla, onde meus irmãos esperam por mim. Fogo queimando até o céu, meu espírito nunca morerrá. Conduzirei o fardo, minha espada ao vento. Filhos de Odin lutam para morrer e viver novamente. Barcos Viking pelo mar, no vento frio, e chuva navegam na escuridão da noite, estrelas mágicas, nossas luzes-guia.

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